Extinção: Animais que já não poderão existir daqui a cerca de 30 anos

Mais de 25.000 espécies de animais e plantas estão em perigo de extinção, segundo a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). Muitos exemplares são afetados por crescentes ameaças provocadas pela ação humana.

Os mamutes são animais que foram extintos em nosso planeta há cerca de 4 mil anos.

Mas, de que forma uma determinada espécie vem a ser considerada extinta?

Dizemos que uma espécie está extinta quando não existe mais nenhum indivíduo pertencente àquela espécie na Terra. Esse processo, apesar de trágico, é comum e é bastante importante para o processo evolutivo das espécies. Vale destacar ainda que todas as espécies, sem exceção, acabam caminhando em direção à extinção. Estima-se que as espécies viventes hoje não correspondam a nem 1% do número de espécies que viveram no planeta.

A extinção pode ocorrer por vários motivos, dentre eles, destacam-se a destruição do habitat, competição, doenças, caça e matanças deliberadas, mudanças ambientais drásticas e catástrofes ambientais.

Atualmente os processos de extinção estão ocorrendo principalmente em decorrência da ação antrópica. Os seres humanos frequentemente destroem o habitat das espécies, diminuem sua população com a caça predatória e afetam diretamente os seres vivos com sua poluição e contaminação do ambiente e inserção de espécies em novas áreas. Além desses fatores, as alterações climáticas existentes, que prejudicam um grande número de espécies, têm relação direta com as atitudes do homem.

As extinções podem ocorrer de três maneiras diferentes: a extinção filética, de fundo ou em massa. A extinção filética, também chamada de pseudoextinção, ocorre quando acontecem mudanças gradativas nas espécies ao longo do tempo que as tornam diferentes das populações originais, sendo consideradas, portanto, uma nova espécie.

As extinções de fundo ocorrem em decorrência da interação normal entre as espécies e destas com o meio. Como exemplo, podemos citar uma espécie que ocupa o mesmo nicho ecológico que outra. Por estarem necessitando de um mesmo recurso, a competição entre elas poderá levar uma das espécies à extinção.

Já as extinções em massa são caracterizadas pela destruição de um número elevado de espécies em pouco período de tempo. Dentre as extinções em massa mais conhecidas, destaca-se a do Cretáceo-Terciário, que levou ao fim dos dinossauros.

A extinção dos dinossauros há, aproximadamente, 65 milhões de ano, pode ter sido causado pela queda de um meteoro.

Para que uma espécie seja extinta, vários fatores importantes devem ser avaliados. Em caso de uma catástrofe ambiental, por exemplo, nem todas as espécies são dizimadas. Isso ocorre porque alguns seres apresentam uma maior área de distribuição e são capazes de sobreviver em condições extremas do clima, o que dificulta a suaextinção.

Outros pontos importantes a serem avaliados são a reprodução dos animais, a maturidade reprodutiva e sua expectativa de vida. Imagine que uma espécie está sendo amplamente caçada pelo homem. Se ela demora um tempo longo para atingir a maturidade e reproduzir-se, logo as populações serão completamente mortas antes dos indivíduos jovens chegarem à fase adulta.

O lobo-da-tasmânia, comumente conhecido, especialmente em outras línguas, como tigre-da-tasmânia, foi o maior marsupial carnívoro dos tempos modernos. Nativo da Austrália e Nova Guiné, acredita-se que se tornou extinto no século XX, por causa da caça desenfreada.

Na história recente, o homem foi responsável, por exemplo, pela extinção recente de um peixe denominado tristramella da mandíbula longa (Tristramella sacra) após a destruição de seu habitat. Além disso, ele também foi responsável, em razão da caça, pela dizimação dos tigres-da-tasmânia (Thylacinus cynocephalus) no início do século 20.

E quais animais não estarão mais aqui em 2050?

Quais são os horizontes para algumas espécies em perigo de extinção? Cientistas demonstram que os animais a seguir são algumas das espécies  que se prevê que desapareçam antes do ano de 2050 se não forem tomadas medidas para protegê-las.

O pangolim-malaio
O pangolim é a maior vítima do tráfico de fauna selvagem, principalmente na Ásia e na África. Nesses dois continentes há oito espécies diferentes de pangolim, duas delas em grave perigo de extinção, segundo a UICN: o pangolim-chinês (‘Manis pentadactyla’) e o pangolim-malaio (‘Manis javanica’). Esses pequenos mamíferos são conhecidos por sua armadura protetora, já que se envolvem sobre si mesmos formando uma bola quando se sentem ameaçados. Sua cobertura escamosa se destina principalmente à medicina tradicional chinesa em tratamentos contra diversas doenças, como asma, reumatismo e artrite. Além disso, sua carne é considerada uma iguaria em vários países asiáticos. Crédito foto: GETTY IMAGES
O rinoceronte de Java
A União Internacional para a Conservação da Natureza estima que só existam cerca de 50 rinocerontes de Java (‘Rhinoceros sondaicus’). Estes exemplares, que vivem na Indonésia, são vítimas da caça ilegal destinada ao comércio dos chifres de rinoceronte. O Fundo Mundial para a Natureza (WWF) alerta que o chifre pulverizado é utilizado na medicina tradicional asiática como cura para as mais variadas doenças: ressacas, febres e até câncer. Crédito foto: GETTY IMAGES
A tartaruga angonoka
A tartaruga angonoka (‘Astrochelys yniphora’) conta com uma população de 400 indivíduos no noroeste de Madagascar. É uma das espécies em perigo crítico de extinção, segundo a Lista Vermelha. Mas não é a única: outras tartarugas também estão ameaçadas pela captura acidental em redes de pesca, pelo desaparecimento de seu hábitat com a invasão humana e pelo comércio ilegal. Estes animais se destinam principalmente ao setor alimentar de luxo, por seus ovos e sua carne.
Crédito foto: DEA/C.DANI/I.JESKE GETTY IMAGES)
O boto do Pacífico
O boto do Pacífico (‘Phocoena sinus’), também conhecido como vaquita marinha, é a menor toninha existente e é endêmica do Alto Golfo da Califórnia, no México. A principal ameaça para ela é a captura acidental em redes de emalhar (arte de pesca passiva em que os peixes ou crustáceos ficam presos em suas malhas), onde fica presa e se afoga. A maioria dessas redes é usada ilegalmente para pescar camarão e totoaba. A IUCN a classifica como uma espécie em perigo crítico de extinção e o Comitê Internacional para a Recuperação da Vaquita alertou, em um relatório publicado em fevereiro, que dos 60 cetáceos que havia no ano passado, resta apenas metade agora.
Crédito foto: GREENPEACE
A iguana da Jamaica
A iguana da Jamaica (‘Cyclura collei’) está em perigo crítico de extinção, segundo a UICN. É uma espécie endêmica da Jamaica. Não se sabe com precisão quantos exemplares restam, mas se estima que sejam menos de 200. A população continua diminuindo por causa da destruição de seu hábitat e da introdução de espécies predadoras.
Crédito foto: PIXABAY
Os abutres-de-bico-longo
Os abutres-de-bico-longo (‘Gyps indicus’) habitam em zonas montanhosas da Índia e outros países do sudeste asiático. Desde 1990 esses animais têm se envenenado com os remédios usados para tratar o gado, que é sua principal fonte de alimento. A IUCN, que os classifica como uma espécie em perigo crítico de extinção, alerta que eles têm um papel fundamental na eliminação de restos de animais do meio ambiente. Dessa forma, controlam a propagação de doenças.
Crédito foto: JEFFREY MCNEELY
O maçarico-bico-de-colher
O maçarico-bico-de-colher ‘Eurynorhynchus pygmeus’ é uma ave que no verão habita o noroeste da Rússia e no inverno, o sudeste da Ásia. É uma das espécies em perigo crítico de extinção, segundo a IUCN: sua população reprodutora está abaixo dos 200 exemplares. Isso se deve à destruição de seu hábitat pela contaminação, à caça e aos efeitos do aquecimento global.
Crédito foto: BAZ SCAMPION IUCN / ZSL
O gafanhoto de Crau
O gafanhoto de Crau (‘Prionotropis rhodanica’) está na Lista Vermelha da IUCN como uma espécie em estado crítico de extinção pela destruição de seu hábitat. Os cerca de 5.000 exemplares maduros desse tipo de gafanhoto vivem na França e são uma fonte importante de alimento para muitas aves, como o falcão peneireiro-das-torres. “É provável que estas espécies sejam afetadas pelo desaparecimento do gafanhoto, temos a responsabilidade de preservá-lo”, assinala uma fonte da IUCN.
Crédito foto: AXEL HOCHKIRCH
O axolote
O axolote (‘Ambystoma mexicanum’) é endêmico do México e está em perigo crítico de extinção pela contaminação das águas em que vive. Seu hábitat são lagos e canais de águas pouco profundas com muita vegetação aquática. A IUCN assinala que atualmente existem menos de 100 exemplares. Este anfíbio também está ameaçado pela introdução de espécies de peixes que competem com ele ou são seus predadores.
Crédito foto: GETTY IMAGES
O lêmure-gentil
O lêmure-gentil (‘Prolemur simus’), que vive em Madagascar, aparece na Lista Vermelha como uma espécie em perigo crítico de extinção desde 2008. A população diminuiu 80% em menos de 30 anos por motivos como o corte de bambu, a mineração e a destruição de seu hábitat. Atualmente, a IUCN contabiliza cerca de 500 exemplares. Na imagem, um filhotinho no aconchego de sua mãe no zoológico de Besançon, no leste da França.
Crédito foto: SEBASTIEN BOZON AFP / GETTY IMAGES
O atum-do-sul
O atum-do-sul (‘Thunnus maccoyii’) vive nos oceanos Atlântico, Índico e Pacífico e aparece na Lista Vermelha como uma espécie em perigo crítico de extinção por sua pesca excessiva. Se o atual ritmo de exploração for mantido, esta espécie pode desaparecer: a IUCN alerta que a biomassa reprodutora diminuiu mais de 85% em menos de 40 anos (1973–2009).
Crédito foto: GETTY IMAGES
A doninha-europeia
A população da doninha-europeia (‘Mustela lutreola’) caiu pela metade nos últimos dez anos. A IUCN, que a classifica como uma espécie em perigo crítico de extinção desde 2011, prevê que essa diminuição se intensifique nos próximos anos por causa da destruição de seu hábitat e dos efeitos da introdução de espécies predadoras. O WWF explica que na Europa há populações pequenas e fragmentadas muito ameaçadas. “A doninha-europeia é, juntamente com o lince-ibérico, o carnívoro mais ameaçado da Europa”, assinala a organização.
Crédito foto: GETTY IMAGES
Os gorilas-do-rio-cross
Tanto os gorilas-do-rio-cross (‘Gorilla gorilla diehli’, subespécie do gorila-do-ocidente, ‘Gorilla gorilla’), com menos de 300 exemplares, quanto os gorilas-do-oriente (‘Gorilla beringei’), com 5.000, estão classificados como espécies em perigo crítico de extinção na Lista Vermelha da UICN. Esses símios africanos são capturados vivos e vendidos para ser mantidos em cativeiro, ou então são mortos para o consumo de sua carne. Muitos desses animais acabam morrendo ao serem transportados, submetidos a grande estresse ou vítimas de doenças. Na imagem aparece um gorila ocidental de seis anos na República Centro-Africana.
Crédito foto: GETTY IMAGES

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