Filtro de barro é a melhor opção para filtrar água em residências, diz estudo

O velho e bom filtro de barro, que no Brasil era costumeiramente usado nas cozinhas das casas, ainda é o melhor sistema de filtragem de água que existe. E ainda é bastante utilizado no Brasil, principalmente nas zonas rurais ou entre a população de baixa renda.

A informação acerca de sua eficácia foi divulgada no livro The Drinks Water Book, de Colin Ingram. Conforme o periódico, os filtros tradicionais com câmara de filtragem de cerâmica apresentam muita eficiência na retenção do cloro, pesticidas, ferro, alumínio, chumbo (95% de retenção) e ainda retém 99% de Criptospordiose, um parasita causador de doença.

Além disso, os filtros de barro contam também com o recurso da filtragem por gravidade. Neles, a água passa pelo filtro e goteja em um reservatório inferior. Esse método possibilita que os microorganismos não passem pelo filtro devido a uma grande pressão exercida pelo fluxo de água.

O revestimento de barro também possibilita que a água fique com temperatura menor. De acordo com a publicação, a água fica até 5ºC mais fria em comparação com a temperatura ambiente.

E o que é o Filtro de Barro?

Mãos que dão forma ao barro, com técnica e delicadeza. E nasce mais uma criação genuinamente brasileira: o filtro de barro. A invenção do filtro mudou completamente nossa maneira de beber água.

No país, a água nem sempre era de boa qualidade. Vinha de poços, rios ou era canalizada de maneira rudimentar até chegar a fontes e chafarizes construídos pelos governos.

Um exemplo, ainda do período colonial, continua de pé, no Rio de Janeiro: são os arcos da Lapa, um aqueduto do século 18, construído para levar água do rio Carioca até o centro da cidade, onde a população se abastecia.

Com a criação do filtro, a água chegou enfim dentro das casas. Agora limpa e sem contaminação. Um dos primeiros produtos criados pela indústria nacional, o filtro de barro vem sendo estudado há tempos pelo professor Júlio César Bellingieri. A questão da água era uma questão de saúde pública.

“Nós tínhamos na virada do século 19 para o século 20 muitas epidemias. As cidades crescendo, mais população. E os serviços de água encanada das cidades eram muito insuficientes. Então, não havia no Brasil um equipamento que pudesse filtrar água de modo eficiente. E as pessoas morriam em epidemias, tomavam água suja”, explica.

A primeira grande mudança acontece com a chegada dos imigrantes italianos e portugueses no começo do século passado. Eles traziam na bagagem as velas para filtrar água que já existiam na Europa. Eram peças rudimentares, feitas de pedras porosas. Já os filtros eram de metal ou de pedra.

Entre os imigrantes que viviam e trabalhavam em São Paulo, um dia alguém percebeu que as jazidas de argila do interior do estado podiam fornecer material para fazer bons potes de cerâmica. E se podiam fazer bons potes, podiam fazer filtros. Deu certo e foi sucesso imediato. Era água pura, fresquinha e gostosa.

Com o passar do tempo, o filtro foi sendo aperfeiçoado. No início, a vela era um disco de cerâmica porosa, colado com breu e cera. Passaram-se décadas até que chegasse ao que é hoje: por fora, uma camada de cerâmica porosa. Por dentro, uma porção de carvão na parte interna e uma camada de prata coloidal, um produto bactericida usado para purificar ainda mais a água. E o carvão ativado, que tirar o cloro.

Mas, afinal, quem teria criado o primeiro filtro? Este nome, a história não guardou.

Fontes: O PovoG1

 

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